Após adiar votação, deputados temem que STF atropele Congresso e legisle sobre fake news

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A primeira grande derrota do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional foi a baixa adesão para aprovar o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, o PL das Fake News. O resultado foi fruto de uma mobilização da oposição contra a matéria.

Sem chegar a um consenso sobre o texto, deputados temem que o Congresso perca espaço para o Supremo Tribunal Federal (STF) nas decisões sobre as atividades das big techs (grandes empresas que administram redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e ferramentas de busca).

Desde as últimas eleições, o Judiciário tem sido incisivo no combate à disseminação de conteúdo falso na internet e na fiscalização da atividade de grandes empresas do setor.

Ao longo da campanha eleitoral de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção de milhares de conteúdos enganosos e perfis em plataformas como Facebook, Instagram, Kwai, Telegram, TikTok, Twitter e YouTube.

Neste ano, mesmo após as eleições, o Judiciário se mantém firme nas determinações. Na quinta-feira (4/5), o ministro Dias Toffoli, do STF, liberou para a pauta de julgamentos do plenário da Corte uma ação que versa sobre a regulação das redes sociais. Trata-se de um recurso extraordinário que discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, e cujo julgamento pode ser usado como ponto de partida para determinar uma regulamentação das redes sociais.