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Reunião entre Lula e Biden mostra status inédito da posição geopolítica do Brasil

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As relações bilaterais brasileiro-estadunidense avançam para um novo patamar a partir do encontro de 70 minutos entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden nesta semana.

Inevitável registrar a relevância do gesto comum dos dois países, em especial da Casa Branca, em descongelar as relações mesmo em meio a um período, ou por causa dele, de evidente afastamento e discórdia.

Posições firmes da diplomacia brasileira marcam o governo Lula, na recusa a aceitar a subordinação do país aos interesses dos Estados Unidos.

Isso envolve a tentativa brasileira de aderir a instrumentos de pagamentos de comércio alternativos ao dólar, cada vez mais questionado em seus fundamentos de confiança, como desgastado pelas sanções, sequestros e mesmo roubos de ativos e recursos de nações soberanas eleitas como inimigas.

Há ainda posturas muito diferentes em relação a Venezuela e Cuba, bloqueadas e sancionadas por Washington.

Sem falar do conflito ucraniano para o qual Lula já defendeu posições num contexto em que aponta o expansionismo da Otan como co-responsável por atropelar acordos e promessas com a Rússia. Poucos presidentes do mundo foram tão firmes.

Mais do que isso, o brasileiro defende um cessar-fogo imediato na Ucrânia com alguma abertura para cessão de território de ambos os lados do conflito, como forma de favorecer o início de negociações de paz. Como se não bastasse, questiona uma ordem jurídica com base em um tribunal que condenou à prisão o presidente russo Vladimir Putin, mas que os próprios estadunidenses não reconhecem como válida para si mesmos.

Lula defendeu mais de uma vez a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos passaram a apoiar a tese, injetando nela o fim dos vetos no conselho, o que lhes interessa.

Apesar da agenda carregada pelas diferenças, Brasil e Estados Unidos encontraram espaço para dois temas relacionados entre si: defesa de novas regulações que valorizem os direitos dos trabalhadores e colaboração no lançamento de novas matrizes industriais baseadas em transições energéticas. São temas transcendentes, se os planos proliferarem.

Como pano de fundo, existem elementos de complemento e disputa econômica e comercial entre os dois países, agora com a importante presença da China, um contrapeso inestimável para temperar o apetite da Casa Branca.

Sem falar das sérias preocupações de Biden, necessitado da aproximação com um líder de extração sindical, num país em que o democrata vê a necessidade de seduzir a classe operária do meio-oeste, que vem se inclinando para o republicanos Donald Trump.

Do lado brasileiro, Lula deve ter em mente que dessa vez, houve alguma participação do governo dos EUA a dissuadir o apoio ao golpe de Estado tramado por Bolsonaro, cúpulas militares e terroristas ao longo do ano passado e início deste ano.

O saldo para o Brasil é histórico. Resultado de uma construção firme, corajosa e sábia, que alçou o país a uma condição de respeito e protagonismo inéditos. Agora, impõe trabalhar e estar à altura de fazer jus, dar sentido e colher os resultados, que podem ser gigantes.

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