Considerada uma variável chave para o resultado da eleição neste ano, a abstenção chegou a 20,9% dos eleitores no primeiro turno, ou 32,7 milhões de pessoas que deixaram de votar.
Segundo pesquisa Datafolha, a principal razão citada para justificar a ausência é a saúde.
Entre os entrevistados que disseram não ter votado no último domingo (2), 22% responderam que o motivo está ligado a problemas de saúde.
Uma fatia um pouco menor, de 15%, mencionou como justificativa algum tipo de desinteresse, seja pela eleição como um todo, seja pelos candidatos. Também são 15% os que afirmaram não ter votado porque estavam fora da cidade.
Para um contingente um pouco menor, de 12% dos que não votaram, a razão para a ausência foi o trabalho. Os que disseram estar sem documentos foram 11%, enquanto 8% afirmaram que o local de votação é muito longe.
A pesquisa foi realizada de quarta-feira (5) a sexta (7) e tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O instituto ouviu 2.884 eleitores em 179 municípios, num levantamento contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022.
A pergunta sobre os motivos para a ausência era de resposta espontânea -ou seja, não foi apresentada uma lista predefinida de justificativas- e permitia que o entrevistado citasse mais de uma razão.
O percentual de abstenção deste ano não destoa muito do que se verificou em todas as eleições presidenciais desde 2002, embora seja a maior fatia do eleitorado já registrada.
De acordo com analistas políticos, taxas de abstenção elevadas tendem a prejudicar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem boa votação entre as parcelas mais pobres do eleitorado.
Uma dificuldade para analisar as abstenções, porém, é a desatualização do cadastro eleitoral. Das 156 milhões de pessoas aptas a votar, 24% ainda não fizeram o recadastramento biométrico, em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) coleta assinaturas, fotos e digitais de todos.