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Nem tudo é gripe: saiba diferenciar e prevenir as doenças de inverno

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No inverno, as doenças respiratórias tendem a se tornar mais frequentes devido às condições climáticas e aos comportamentos típicos dessa estação. E não estamos falando só da gripe. É fundamental reconhecer os fatores que podem facilitar a propagação de cada doença e aprender a identificá-las para que possamos tratá-las de forma adequada, garantindo uma recuperação mais efetiva.

Além do resfriado comum e da gripe, outras doenças comuns no inverno incluem bronquite, pneumonia, sinusite e até mesmo alergias sazonais. Durante o inverno, há também o aumento da incidência de crises de asma e o agravamento da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, termo utilizado para abranger a bronquite crônica e o enfisema, relacionados principalmente ao consumo de tabaco).

Como diferenciar as doenças?

Distinguir os sintomas respiratórios entre uma doença alérgica, como a rinite, e uma infecção viral mais branda, como um resfriado, nem sempre é fácil, conforme explica Gustavo Prado, médico pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo.

“Normalmente, as pessoas que manifestam crises de espirros, coceira no nariz, garganta, ouvido e olhos, além de espirros consecutivos, têm uma alta chance de serem alérgicas. A rinite alérgica, assim como outras condições que podem acompanhá-la, como a asma e a dermatite, também pode afetar outros familiares, como irmãos ou pais. Porém, quando a pessoa passa a ter espirros, tosse, mal-estar geral e até febre, podemos estar diante de um quadro infeccioso, que pode ser um resfriado ou uma gripe, dependendo do agente e da intensidade dos sintomas”.

Confira abaixo algumas das principais doenças e seus tratamentos:

Rinite Alérgica

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal causada por reação alérgica, que gera sintomas como espirros, coriza e coceira no nariz. As substâncias desencadeadoras das crises alérgicas podem ser pólens, poeiras, ácaros ou pelos de animais, mas variam de pessoa para pessoa.

O controle da condição pode ser feito com medicamentos anti-histamínicos e corticoides nasais.

Sinusite

A sinusite é a inflamação dos seios da face, caracterizada por dor facial, secreção nasal e dor de cabeça. Durante o inverno, indivíduos com rinite alérgica têm maior predisposição a desenvolver essa inflamação. A maioria dos casos de sinusite é causada por vírus ou alergias, sendo que uma minoria está relacionada a infecções bacterianas. O tratamento envolve o uso de anti-histamínicos, anti-inflamatórios, descongestionantes e lavagem nasal com solução salina. A prescrição de antibióticos é indicada somente em casos de suspeita de infecção bacteriana.

Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos, resultando em inflamação das vias respiratórias e afetando os pulmões. Os sintomas comuns incluem tosse com produção de catarro, febre, calafrios e, em casos mais graves, falta de ar e dificuldade respiratória.

O tratamento da pneumonia geralmente é realizado em casa com o uso de antibióticos e analgésicos, sob supervisão médica. No entanto, em casos mais severos com sinais de alerta, como problemas de oxigenação, confusão mental ou falência renal, a hospitalização pode ser necessária para a administração intravenosa de medicamentos e a utilização de oxigenoterapia.

É importante destacar que o diagnóstico e o tratamento adequados da pneumonia devem ser realizados por um profissional de saúde, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a causa específica da infecção e a condição geral do paciente.

Otite

A otite é uma infecção do ouvido, geralmente causada por vírus ou bactérias provenientes da garganta. Essa condição provoca dor localizada, febre e pode haver produção de secreção no ouvido. É mais comum em crianças, mas também pode afetar adultos.

O tratamento da otite geralmente envolve o uso de analgésicos para aliviar a dor, como paracetamol ou ibuprofeno, além de medidas para reduzir a inflamação local. É importante ressaltar que o uso de antibióticos é prescrito somente se houver suspeita ou confirmação de infecção bacteriana, pois a maioria dos casos de otite é de origem viral e tende a se resolver espontaneamente.

Asma

A asma é uma doença inflamatória dos pulmões que afeta pessoas predispostas e pode ser desencadeada por fatores alérgicos, como exposição ao frio e presença de poeira. Embora seja mais comum em crianças, também pode ocorrer em adultos, manifestando-se por sintomas como chiado no peito, falta de ar e tosse.

O tratamento da asma é conduzido por um pneumologista, que irá avaliar a gravidade da doença e prescrever o tratamento adequado. Isso geralmente inclui o uso de broncodilatadores para aliviar a constrição dos brônquios e facilitar a respiração, além do uso de corticosteroides para reduzir a inflamação pulmonar. Outros medicamentos, como anti-inflamatórios e antialérgicos, também podem ser utilizados para controlar os sintomas e prevenir crises de asma.

Meningite

A meningite é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Os sintomas podem surgir de forma repentina e incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca, dores no corpo, vômitos e, em casos mais graves, convulsões e alteração do estado mental.

Embora a meningite possa ocorrer em qualquer faixa etária, é mais comum em crianças. A transmissão geralmente ocorre por meio do contato com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada, como tosse, espirro ou fala.

O tratamento da meningite depende do tipo de micro-organismo envolvido. No caso da meningite bacteriana, é necessária uma intervenção médica urgente. Antibióticos injetáveis, como a penicilina, são frequentemente utilizados. No entanto, a meningite viral geralmente é autolimitada e não requer tratamento específico, sendo administrados medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e anti-inflamatórios.

Como se prevenir?

O pneumologista destaca a importância de nos lembrarmos das lições aprendidas ao longo da pandemia da Covid-19, como o uso de máscaras, a higienização correta das mãos e a ventilação adequada de ambientes, além da vacinação.

“São ferramentas poderosas para reduzir o risco de contágio das infecções respiratórias virais e, especificamente falando sobre as vacinas, nos proteger das formas mais graves das doenças”, pontua.

Manter o esquema vacinal em dia é fundamental, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, lembrando que para as pessoas que pertencem aos grupos vulneráveis, outras vacinas, como a da doença pneumocócica, podem ser adicionadas. É importante frisar que todas as vacinas são fornecidas pelo Ministério da Saúde e aplicadas nas unidades básicas de saúde e centros de referência.

É importante, também, adotar os seguintes hábitos:

Evitar locais fechados e com aglomeração de pessoas;

Assegurar uma boa ventilação e circulação de ar no ambiente;

Realizar a higienização frequente das mãos com álcool ou lavagem com água e sabão, especialmente após estar em espaços públicos;

Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel descartável ao tossir ou espirrar;

Fortalecer o sistema imunológico, adotando uma dieta rica em frutas e vegetais, pois esses alimentos são fontes de antioxidantes e minerais.

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